sexta-feira, fevereiro 27, 2004

To vendo tudo, to vendo tudo, mas fico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina,
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem Deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa servis
E massacram-se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser, mas não é com certeza o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com 40 milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não tem voz, não tem vez nem diretriz
Mas corruptos, tem voz e vez e bis
E o respaldo de símile em comum
Pode ser o país de qualquer um, mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade,
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês,
Aderindo a global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval mas não é com certeza o meu país
Um pais que seus indios descrimina
E a ciência e suas artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Uma país onde escola não ensina
E hospital não dispões de raio X
Onde a gente dos morros é feliz,
Se tem água, e chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol, mas não é com certeza o meu país
Um país que é doente e não se cura,
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Fim do poço fatal, chegou ao fundo,
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos os sutis
Que divide o Brasil em mil Brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz de conta mas não é com certeza o meu país


Pior....eu tb me emocionei com a letra!
:)


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